domingo, 18 de janeiro de 2009

Navio Gil Eannes (Viana do Castelo)


Fotos Voz do Berço

Chamaram-lhe, nos seus tempos áureos, a “Misericórdia do Mar”, em reconhecimento do seu contributo junto da frota bacalhoeira portuguesa que fazia a faina nos mares do Norte.
Foi projectado e construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo em 1955. É nesse ano que tem início a sua missão de assistência médica aos pescadores de toda a frota bacalhoeira portuguesa e de outros países, nos mares da Terra Nova e Gronelândia. No entanto, este navio não desempenhou unicamente a função de Hospital, também foi navio capitania, navio correio, navio rebocador e quebra-gelos e garantiu abastecimento de mantimentos, redes, material de pesca, combustível, água e isco aos barcos de pesca do bacalhau.
A partir de 1963 sofre alterações na sua missão e passa a fazer viagens de comércio como navio frigorífico e de passageiros entre as campanhas de pesca, efectuando a sua última viagem à Terra Nova em 1973, ano em que também fez uma viagem diplomática ao Brasil como embaixador de Portugal.
Após aquela data, o Gil deixa de "ser útil" e vai sendo empurrado, de cais em cais do porto de Lisboa, até ser vendido a um sucateiro para abate em 1977.
Perante este inglorioso destino do emblemático navio-hospital, a comunidade vianense é mobilizada para o trazer à terra onde nascera, resgatando-o à sucata para ser exposto no porto de mar de Viana do Castelo em memória ao passado marítimo da cidade e tornando-se numa das suas atracções.
Totalmente recuperado e remodelado, mantido e gerido pela Fundação Gil Eanes, este navio-hospital que fez carreira notável nas gélidas águas da Gronelândia exerce agora outras funções: é explorado como espaço museológico e também como Pousada da Juventude, recebendo jovens – e não só – do mundo inteiro que aqui se “alistam” durante uns dias.

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